24.12.06

Ar

Ar

(Suspiro)

(Suspiro)

O sopro boreal principia
O ataque medular ao meu controle:
O aluvião de memórias
Faz transbordar o copo –
E sento
E escrevo
E suspiro…

Tanto quanto água
Sou ar – ou antes
Não sou sem ar,
O éter da Terra,
O nada substante,
Laje do Reino dos Céus.

Decúbito em seu berço,
Desejaria voar,
Deambular livre
Das terrenas torturas,
Ingravitar
Por saber-me atravessado
De ar.

Os brônquios agradecidos…
As nuvens dos sonhos…
As brisas cisplatinas –
O aroma !

E desde o marco zero
A espera pelo retiro,
O acerto final
E o último… suspiro.

(Isaac Frederico, em 11 de dezembro de 2006)

2 comentários:

william galdino disse...

Suspirar, suspirar, encher os pulmões e sentir o ar."Com os brônquios agradecidos". Respirar/suspira/criar. Definitivamente ar não lhe falta. Isaac o homem-máquina poética,em constante criação rs.
Este será um dos filhos do elementar?

Isaac Frederico disse...

hehehe com crtza william... o filho bastardo que restava. agora falta pouco.
aproveito para lhe deixar um feliz natal e a todos, presente!