mas logo me dou conta
– e, de tudo, logo isso! –
que tu és eu.
Sou eu quem me amedronta.
Quisera acusar-te de tudo.
Indiferente, abrasiva.
Mas estaria aí, sobretudo,
– porque quem é-te a ti sou eu –
sendo eu mesmo evasiva.
Quisera punir-te inteiro,
erradicar tuas sementes –
Mas é o mesmo roteiro:
punir-me-ia. Eu te sou,
da medula até os dentes.
Quisera aviltar-te a honra.
O desonrado seria eu.
Viveria à tua sombra
porque nós somos a mesma coisa:
Tu és, em larga escala, eu.
Quisera, finalmente, teu perdão,
tão desgraçado me senti,
destruído sem concessão
– e perdoavas-me! Logo eu!
Minha cura se fazia em ti.