Há uma festa - já me devora,
vem na brancura dos que há muito não sinto
é toda dela a dor que me aflora
e a canção sem tom que só, danço em labirinto.
Da vesga fome me acelera
em andar pálido desalinho
ruindo em gracejos de marujo magricela
ao ar vou devolvendo bruto o carinho.
Sou dela o vão dos que mortos cospem
o dourado feno de um sol que nasce
deles, túmulos, por mais que mostre
mil vielas medrosas queimam na face.
Das palavras às palavras - minto
essa festa é o sangue todo deitando
vãos teus cães me adornam afoitos
como estrelas num céu de orelha e brinco.
A morte nos iguala - e sabes
que teu amor, rogado assim só,
não é regaço
precisa dos outros
e de muitos outros tantos
pra tornar o mover-se em amor,
desses que movem
e batem no peito, pra ser amor daqueles,
sem prantos.
(25 de fevereiro, 2008)
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Um comentário:
a poesia característica do elfe; não sei se é uma fase, mas sempre lá o movimento, o reciclar, a morte que precede o renascimento, o amor que acompanha o pranto.
a dinâmica, a redenção pelas letras.
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