Ardido pelo querer que não se contenta
o banquete é rapa de panela que não enche o bucho.
É amor de noite inteira que não sacia.
Beber a água e ter nova sede.
Suar em desassossego.
Saber a dor da pancada e insistir assim mesmo.
Um segundo de sol que apaga dias de tormenta.
Sísifo rolando pedras.
Pequeno gozo das farpas que entram fundo.
Moto-contínuo.
Corpo de vida castigada
carregando alma serena.
Rosa com espinho.
Cigarra estourando de tanto cantar.
É quase morrer de dor
e ainda querer amar.
Do livreto Sem persona, 2006.
o banquete é rapa de panela que não enche o bucho.
É amor de noite inteira que não sacia.
Beber a água e ter nova sede.
Suar em desassossego.
Saber a dor da pancada e insistir assim mesmo.
Um segundo de sol que apaga dias de tormenta.
Sísifo rolando pedras.
Pequeno gozo das farpas que entram fundo.
Moto-contínuo.
Corpo de vida castigada
carregando alma serena.
Rosa com espinho.
Cigarra estourando de tanto cantar.
É quase morrer de dor
e ainda querer amar.
Do livreto Sem persona, 2006.
7 comentários:
Olha, vou chamar atenção pr auma coisa que não é comum na sua poesia recente:
sincronia:
o mesmo tempo no poema todo. frases que descrevem coisas que acontecem enquanto outras estão acontecendo.
Isso no fim dá a sensação dessa angústia do insuficiente mesmo; A lógica do insufiente: mesmo com tudo isso, que já são figuras do desconforto, figuras do prazer também (um prazer que não é de completude, talvez de busca), ainda sim a volta da figura de sisífo. O eterno subjulgar-se ao desmando mor: o amor.
ótimo poema por isso.
É isso. Agonia construída.
Bom, bom, tá comentado aí.
Me agrada e me tortura.
Intenso.
Na verdade sou apenas alguém q quer mostrar seu trabalho sem se mostrar...ter uma opnião de alguém q não venha me conhecer...
Será q ainda podemos nos falar?
É q tenho um sentimento nostálgico,
De certa conversa em uma cozinha de azulejos azuis!
Às vezes tenho vontade de dizer "oi"
Mas as palavras não saem, sempre no exato momento de sua realeza.
Mas é q ainda levo nuvens para passearem,
Talvez p esquecer seu rosto
Desfigurado c a tempestade dos tempos
Mas ainda sim, sinto saudade de nossas conversas.
Perdido em meias palavras filosóficas,
Entorpecendo-me de coisas q desconheço,
Relembrando Allan Poe em frases sombrias.
Mas os azulejos ainda estão ao meu redor!
É como se eles dissessem algo...talvez estejam refletindo meu próprio eu
Um eu perdido em meio luzes ofuscantes.
E no fim ouço sua voz calma dizer:
"... por enquanto vamos ter que manter o silêncio... mesmo que a nostalgia da cozinha de azulejos azuis nos consuma: é que o tempo passou, mas sobrevivemos. Infelizmente agora... ter paciência e deixar o tempo passa..."
inevitavelmente invadi o espaço...espero não ter ocupado muito...rsrs
Maria Flor
Bem Maria, não sei por qual porta entraste, não sei de onde nem quando, mas as portas e janelas estão abertas pras suas invasões poéticas, anônimas ou não.
Até.
Primeiramente, obrigada pelas portas e janelas abertas...
mas não espero q me entenda, mas aprecio o espaço de vcs e ainda sem coragem de me expor pensei q poderia invadir o espaço p q talvez, quem sabe, vc ou qq outra pessoa possa usar de críticas na minha "invasão poética".
Não sei como dizer, mas não encontrei outra forma...não ainda...rsrs
Maria Flor
Até
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