Que coragem podemos
Nós, de herança indigna e cauta empatia
Assemblar a estes terríveis poemas
Se o tempo é veloz e temos tanto medo um do outro?
Não subam mais degraus
Donzelas
Acabaram-se as sacadas
E o amor é só refúgio.
Não vêem que a promessa é armadilha
Não cumprida por princípio?
Não me deixe dizer-te a verdade, irmão.
Não a que tenho de mim.
Pois irás embora com ela
Sem saber que carrega um fruto legítimo.
É tempo para se possuir
Ainda que sejam só os segredos.
E
O poema se encerra em comprar
Papel e caneta, inúteis.
A tristeza fica guardada.
Irei a tua procura hoje à noite
Se estiveres pelos bares
Talvez unamos nossas bocas em silêncio e vergonha.
Senão
Ficará então esta última astúcia
Como a despedida que o fingimento não permitiu.
Vinicius Perenha, quinze de dezembro, 2008.
2 comentários:
Pô, Vinicião,
que poema doído. Te juro. Fiquei pensando nisso. Li como se fosse pra mim. É tão doido se pôr a prova assim tão fundo. Que bom, meu irmão, que os poemas encaixam na gente.
òtima volta.
cara,
teu poema
tem uma força que espanta
espanto de estalar idéias em novas cabeças ainda não alcançadas
evoé!
cisco zappa
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