..............................................................................................Pintura de Rafael Betti
De repente é aqui
onde a vida parece apequenar-se.
Sem rumo a desbravar.
Sem vislumbre de curva desconhecida.
Há uma outra paisagem
um desvio a beira do caminho.
Nele adentro e chego lá
onde as ervas crescem sobre o barro.
E a manhã é límpida e sem tropeços.
Amarelo-céu
................branco
azul.
Ao cair da noite
o mar de estrelas
pousa sobre nós seu brilho fugidio.
E bebemos o sereno de peito aberto.
Sem disfarces a nos cobrir as horas.
Sem passo rápido para uma nova–velha fuga.
Lá.
Na curva da noite
onde a trilha corta o mato
e só há lua guiando o passo.
Coruja girando a cabeça.
Gavião descansando na cerca.
Lá
Onde quando um dia pesa muito
o outro é recomeço.
Janeiro de 2009.
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5 comentários:
trata-se da pasárgada particular do nosso amigo, o galdino.
versos sempre redentores, sedentos de sensações e presença de cores, esta se não me engano é a primeira poesia sua pós-fragmentos, e o caminho é deslumbrante, estrada de barro pra felicidade geral da nação. abraços irmão
e outra - essa pintura do rafael tá ótima, esse ocre tá uma parada hipnotizante...
"Lá", onde os sonhos,as flores,as plantas,as ... nascem. Lá eu também fui feliz,só por um instante.
qdo li o poema, veio um cheirinho d terra molhada colorir as ventas.. ai ai, delícia d caminhar, valeu pelas borboletas! bjo!
devem ser poemas irmãos das cercanias desse dentro da gente...
bj
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