No jardim, na cadeira
Rasa, junto à grama,
num bloco febricitante de notas
Fabrico asteriscos,
fabris pois que muitos
e, feitos de três rabiscos,
tencionam explicar
meus foscos intuitos,
fortuitos e infinitos…
Um dilúvio de dilemas
na cabeça
e um chuvisco
quase chuva, quase seco,
molha o bloco,
ora chuva, ora seco,
desconcerto-me,
quase me destrona,
quase seco, quase físico,
de minha cadeira rasa,
rente à verde
grama.
Sigo alheio,
Rabsicando os *
Os chuviscos que os molham,
a cadeira rente
à grama verde,
os detalhes
que não me importo
se são tudo ou cem por cento
ou mesmo quase
“Que futuro…” penso
no dilúvio febricitante
de descompromisso
com aquilo ou com isso,
com o fim ou o início,
o apenas ao meu contento,
o cem por cento
isento,
rente,
àquela grama,
apenas isso.
“Um cara de futuro”,
seguro e brilhante
no que tange
aos issos, chuviscos,
parenteses
e asteriscos.
(Aos 24 de janeiro de 2008, do livreto "Iuri Gagarin - e outros poréns)
2 comentários:
Que gigante este poema, marujo! Assim acabas concretizando o sonho de Flaubert! Gostei muito de muitos versos! Grande abraço
muito bom; dá pra sentir o ambiente, e o astral...
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