Empreendeu, por fim, a grande viagem
Ao ponto mais austral de seu ser,
Suas experiências passadas mais traumáticas
(As boas e as ruins)
Lanhando-lhe o equilíbrio.
A náusea surda
De ascender ao cerne,
Que neste plano
Quem pode discernir
O dentro do fora?
“É um soco no estômago
Descobrir suas lacunas”, pensou
E a revelação última
Quando descobriu
Em Deus e no diabo
A mesma e única pessoa.
Ali seu limite.
“Uma coisa é a verdade,
Outra coisa é o que se quer enxergar”.
(Aos 28 de Janeiro de 2006, poema do tomo Jesus O Nazareno, parte do livro Acontecente, lançado pelo Presença em 2006)
Um comentário:
Por mais cascas que criemos e experiências que se acumulem sobre a pele, há sempre um incomodo pronto a vir à tona, o lado escuro, o que não cala,o acerto de contas.
“É um soco no estômago
Descobrir suas lacunas”
Não há sono que apazigue.
O poema é daqueles de não pôr panos quentes,tateando os limites
“Uma coisa é a verdade,
Outra coisa é o que se quer enxergar”.
e realmente esta é a grande viagem,a mais difícil e talvez a mais necessária.
Abraço marujo.
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