A Rua
I
Caminhamos pela rua
Sempre tentando
Olhando em volta
E vendo como as
coisas se resolvem
Como se encaixam as
peças do jogo
Sob o jugo da
entropia do universo
Que faz com que tudo
se acomode
O homem usa da
preguiça
E se faz alheio à
vontade
Impulsionada pelo
dentro
De ao próximo amar
II
Tentando e olhando –
vês?
Buscando o que
realmente importa
Que talvez seja a
pureza humana
Que anda nas
entrelinhas
Esmagada pelas linhas
Do egoísmo em negrito
E da maldade inata
sublinhada
A qual vai
aperfeiçoando-se
Na école do tempo
Internato vitalício
No qual é impossível
Visitar os pais nos
fins de semana
III
E a nossa pequenez
Canalizada e balizada
pelo próximo
Que cria regras
mesquinhas de convivência
Visa ao material – O
concreto infernal
De pleitos e desejos
abstratos
Os quais jamais serão
conquistados
Deixam pelo caminho
as minas
Que serão esquecidas
Até que um outro
homem
Alheio a esses –
talvez até um homem puro
Pise-as e carregue
consigo a morsa
De mutilações e
pensamentos pós-traumáticos
A vida segue...
IV
Onde será que está?
Aquilo que foi
perdido
Ou que talvez nunca
foi criado
O amor verdadeiro e
puro
Nos faz umedecer os
olhos
Só de pensar que ele
existe
E nossos lábios
tremem
Ao descobrir que é
impossível
Compreendê-lo por
completo
Somos reprovados à
prova
Da lição que Jesus
nos ensinou
Continuamos
ignorantes
Dando cabeçadas nas
paredes
Da rua por onde
caminhamos.
(Fábio dos Santos – maio de 2007)
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