Nascido em Barcelona Manuel Segalá
(1917- 1958) foi pintor, gravador, poeta e artista gráfico, deixou
a Espanha durante o período da ditadura franquista, residiu na França e Itália e posteriormente na América do Sul, em 1954 veio
para o Brasil e passou a morar no Rio de Janeiro.
Segalá confeccionou livros para
bibliófilos que eram ilustrados e escritos à mão por ele mesmo.
Em 1955 criou a Editora Philobiblion
e publicou o pequeno livro-revista de poesia A Sereia que
foi por ele ilustrada, encadernada e impressa na sua prensa
manual A Verônica. Pela Philobiblion também editou cerca de 40 outros livros, ilustrados com xilogravuras suas, entre estes, obras de
Carlos Drummond, Cecília Meirelles, Kafka, William Blake e Manuel
Bandeira.
“ Passada
a surpresa de seu desaparecimento, sentimos o quanto essa figura se
singularizou por traços com que, via de regra, ninguém se impõe à
primeira vista no meio novo que elege para viver. Era despido de
maneiras espalhafatosas e de expansões retóricas. De uma
irreverência temperada de humour. Mas nos olhos ressaltados e
tristes, no seu talhe de toureiro e na máscara de contemplativo –
algo se exprimia que era um misto de revolta, doçura e gosto de
viver. Com as próprias mãos ilustrou, imprimiu e distribuiu de
graça A Sereia, um caderninho que (leia-se agora no imperfeito do
indicativo) “não pretende, não espera nem pede nada. Quer apenas
falar um pouco de poesia”.
Não chegaram a dez os números prometidos, porque o poeta morreu antes da hora, como antes da hora morrem sempre aqueles que amam a vida e de quem se pode esperar mais em benefício da vida.” (Aníbal M. Machado)
Não chegaram a dez os números prometidos, porque o poeta morreu antes da hora, como antes da hora morrem sempre aqueles que amam a vida e de quem se pode esperar mais em benefício da vida.” (Aníbal M. Machado)
Um comentário:
Sensacional, não conhecia este trabalho.
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