27.4.14

Entardecer no cais

Na marina sobranceira
As ondas espoucam, afáveis,
Banhando as gretas estáveis
Do extenso pier, peninsular.

O sopro meridional envolve,
Em impetuosos afagos eólicos,
Os albatrozes e lhes é acólito
Ao adejo leve de seus pequeninos corpos.

Vagueiam as nuvens dissímeis,
Bailam as folhas outonais, 
Libertas das árvores do cais,
Graceja a tarde provecta

Eivada da doce romaria
Do incipiente deâmbulo lunar
E sua calma aliança com o mar,
As marés em eterno movimento.



(Rio de Janeiro, aos 11 de dezembro de 2006)

Um comentário:

william galdino disse...

Belo poema marujo. Acho que já está na hora de você começar a reunir material para um próximo livreto.