Cobre-te as espáduas um vestido roçagante
E enlanguesces, toda minha, ancorada em meus braços,
Afagando-me a fronte e beijando-me, possante…
A delicadeza célica em meus sonhos crassos.
Apenas rudes em seus ensejos animais
(Meus cálidos instintos ao segurar-te as ancas)
Mas românticos nos veementes madrigais,
Ditirambos ao picante amor que me alavancas.
Galante, a alcova deixas, o céu aurirrosado
Acende-te todas estrelas e um teu gracejo
Reconhece-lhe o estro deveras arrojado
Enquanto que a esta cumplicidade doidejo,
Uma quimera de mulher e o celeste estrado
Haurindo o torpor do mar de amor onde velejo.
(14 de dezembro de 2006, extraído do livro "Madrigais", lançado pelo Presença em 2007)
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