A poesia do Leonardo Schuery já esteve presente aqui, por duas ocasiões, com os excelentes "Mundo real" e "Reflexões do interior".
Poesia sempre densa e reflexiva, retrata estados sutis, a percepção do próprio ser não apenas enquanto cognição sentimental, mas como um conjunto onde o corpo desempenha papel essencial e participante.
A poesia que posto hoje, "Renascimentos", é carregada porém muito bela e traz um sentimento pujante de vigor e superação especiais.
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O encontro dos corpos cansados
Tocando a morte material
Na face destruída pela dor
Da consternação de saber que não há mais vida
Pelo ar o odor fúnebre das lamentações
Acúmulo de restos, resquícios dos destratos
Na alma conspurcada pelas desilusões
Não há mais nada
E refaz-se o corpo
Milagre inesperado da regeneração natural
Sem deturpações e torpores inconsistentes
É possível o amor
Dorme fundo em auspiciosos sonhos
Mesmo cercado de perigo
Faz amanhã um abrigo
De luz própria e nada mais.
(Leonardo Schuery, em 26 de junho de 2006)
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