.............................................................................................. Pintura de Paul Gauguin.
Alta noite, cena reprisada.
Esta beleza exposta pelo simples prazer de um recuo a qualquer investida.
O espelho nas mãos.
O tédio estampado no rosto (pintado no limite entre o vermelho e o vulgar).
O corpo equilibrando-se na ponta da agulha.
Malvada carne, exposta em quase indecência,
salivando olhares.
Por onde andam os sorrisos que dizem sim?
O aceno de mão graciosa?
Um gesto sem escudo levantado?
Fecho os olhos e sonho com as tahitianas de Gauguin...
Será que alguém ainda se atreve a ir além das luzes da ribalta?
Hein?
André Luis Pontes, diário sem floreios, 1997.
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2 comentários:
William,
pensei no andré agora como uma espécie de alterego, de heterônimo seu.
é jóia ver coisas assim: o lance da cor do tédio, né? Olha só, entre o vermelho e o vulgar.
E legal pensar nessas mulheres duronas. Duronas todas. E mais legal ainda ver as imagens mesmo do terceiro quarto dos anos noventa, com as agulhas poucas que ainda tinham acabando.
Que jóia ver os poemas e as drogas de um tempo. E as agulhas. Pô!
Eu demorei pra ver esse post. Gostei. Esse poeta desaparecido já me convenceu faz tempo. Ponha aí coisas dele mesmo.
Oi William,
além das luzes da ribalta é rumo indisviável!!!
beijo
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