Uma mão na frente,
Outra pra cima –
Veja as nuvens comuns, mas de outros céus,
Sonhos em pó
Salpicados pelos rios,
Cidades sem rumo, repletas
de uma esperança índigo-vã,
destinos em ingredientes exóticos,
Cervejas diferentes
mas de objetivos os mesmos,
Por quês iguais, favelas iguais,
Divindades diferentes
mas penosamente oni-tudos,
aconselhando governantes
das mesmas velhas guerras,
doenças que te matam um parente,
Poesias-dúvida dementes
Como os poetas de todos os lugares,
Incensos que duram minutos
e já deixam de ser,
Recendendo a eternidade no ar,
Engarrafamentos ou sim ou não
mas indriblável poluição –
Estou sentado numa escada,
Numa escala num aeroporto
qualquer, viajando qualquer,
Um porto nunca meu porque não o há,
Um café qualquer, como todos os quaisqueres;
É o que somos, não importa
o quão paciente esperes.
(Aos 25 de janeiro de 2009)
2 comentários:
Grande Isaac se o livro coletivo não rolar já temos uma prévia de um possível sucessor do Gagarin.
Esta leva dos teus mais recentes poemas têm uma unidade, não sei se intenção ou fruto deste dia 25 inspirado.
Viajando, Passeio e Alforria.
Cervejas diferentes
mas de objetivos os mesmos.
é por aí.
Abração e até.
é por isso que é FODA ter vcs como companheiros do Presença, a familiaridade com o verso do outro permite análises mais profundas;
é por aí mesmo ville, estes últimos são filhos da mesma mãe, a incerteza referencial e a crítica à incrível presunção do "sou".
és ? és é o caralho, estás, tiraste a foto do instante.
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