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Juan Ramón Jiménez
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Olha, Platero, quantas rosas caem por todos os lados: rosas
azuis, rosas brancas, sem cor... Se diria que o céu se desfaz
em rosas. Olha como me replenam de rosas o rosto, os om-
bros, as mãos... O que farei com tantas rosas?
azuis, rosas brancas, sem cor... Se diria que o céu se desfaz
em rosas. Olha como me replenam de rosas o rosto, os om-
bros, as mãos... O que farei com tantas rosas?
Saberia você, talvez, de onde vem esta branda flora, que eu
não sei de onde vem, que enternece, cada dia, a paisagem,
e a deixa docemente rosada, branca e celeste – mais rosas,
mais rosas –, como um quadro de Frei Angélico, o que pin-
tava a glória de joelhos?
Das sete galerias do paraíso se acreditaria que atiram rosas
à terra. Igual a uma nevada morna e vagamente colorida, fi-
cam as rosas na torre, no telhado, nas árvores. Olha: a força
toda se faz, com seu adorno, delicada. Mais rosas, mais ro-
sas, mais rosas...
Do livro Poetas Hispânicos, Coleção Platero vol. 01.
Editora Cozinha Experimental. Tradução de Marcelo Reis de Mello
Um comentário:
Intrigante lançamento do Cozinha, tem muita coisa de qualidade aí nesse caldeirão.
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