Teu corpo nu - branco
rio verde de pequenas veias
salientes
para fora da pele,
sob a penugem amarela
e magra
a cobrir-te na extensão
que és tu agora,
quando penso.
Avisto que tua boca
sela neste resquício o que dizes
sem por muitos me focar - sufoca-me.
No que não pensas?
Assim, o nu de teu corpo
no branco lácteo de meus pequenos dentes
instala-se avaro
como o gosto da carne
e aquele cheiro
cheio de suavidades
vem demonstrar que eu ainda preciso
dentro dessa minha força raquítica
abrigar o desejo obeso de
te esquecer.
2 comentários:
elfe incisivo, poético mas claro neste poema duro e belo.
"abrigar o desejo obeso de
te esquecer"
mais que nunca, o real nem sempre são flores, as poesias do elfe são repletas desta constatação, mas raras vezes de forma negativa.
Dura tarefa esta de deixar para trás, dura mas necessária.
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