Quisera ficar mais alguns minutos
Ao leito quente onde sonhava seguro
Quimeras de amores feitos
À língua mole e coração duro
Mas pedregoso céu ainda escuro
Na janela onde ia à passos curtos
Decretou mora ao cobrado juro
À bagunçada cama onde dormiam juntos
Enquanto se realizava a aurora
Que doirava os olhos pequenos e molhados
Vermelhos tristes que tinha à hora
Aumentava-se a distância dos braços dados
Há muito seus atos foram julgados
Revés dos perdões que teve outrora
Punido pela rotina e desleixo conjugados
Refugiados na bebida agora chora
Fora um belo caso
Que quisera a corrente do rio
Terminasse raso
Terminasse frio
Fora apenas uma noite
Navio que desatraca do cais
Não merecia esse adeus - maldito açoite!
Não merecia... um até mais.
(Fábio dos Santos)
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Um comentário:
fala fábio !
porra adorei esta pérola...
"terminasse raso, terminasse frio", impacto certeiro ... fica na boca o gosto exato do adeus.
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