Salve a simpatia solta dos lábios
Que, úmidos e anelantes, se beijam
A pulsante paixão eterna sejam
Em poucos minutos, se forem sábios.
Tocam-se os corpos e, por muitas vidas,
Serão estradas de um amor titânico
Que, tal um bom flerte copacabânico,
Não durará as eras prometidas
Sem que nisso haja o gérmen do fracasso !
Amo-te já! Sem as bodas de inchaço
Da longeva aturança inatural
Que se vende na TV – e compramos!
O desgaste das pessoas que amamos
Por um engessamento irracional.
(Poema integrante do livreto "Cânion", Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 2006)
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