Não trovejei um segundo
não fui tempestade, nem sol
arquétipo de inverno trancado
e detestava as mais bonitas
era um ardor ser parte do grosso falatório
em que as bandeiras de maio inflaram
foram mais alto!
Reverdeci dessas cinzas, minas hercúleas...
meus risos me ataram
eram lenhadores enormes, fazendo sombra
algúrios que cantei mais baixo,
pra dormir repentino
e nada ser repetido,
muito menos essa vida cheia de vales.
Eis que parto prum sonho:
"Azaléias, mármores lunares nascendo
mil navios do futuro, balsâmicos
sob à minha língua sintética
um quarto de outros enormes sintetizadores
e a lua pareceu maior, menos morta...
Lá Se Deram em mim as vagas
areias cobrindo olhos, d´alguma foz ou gruta
cruzara no alto, um pássaro cinza - no instante
infâmias! eu, menor, cada vez mais...
chorava o indulto, nem pensava o quanto
acorrentado aos pés do céu
me atormentavam os riscos rápidos
das estrelas... fotografias modernas.
Lá Se Deram...
e fui ter comigo um papo eterno...
mas ecoaram sobre os ombros
minhas tétricas falas:
- Não! Não é a lua que se pendura lá, não é...
Não percebes? É um furo! Sim! - e ria medroso.
É um furo besta e ridículo,
mostrando a ponta do que há por trás!
Luz maior, pronta à nos cegar!
Não percebes? - erguia as mãos tentando rasgar
de vez o pano negro que cedia...
A lua é um buraco no céu! Não percebes?
É um buraco...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário