1.4.08

Cantiga pra ninar tubarões


Litografia de Darel Valença


Sua embriaguez derrama delírios
Delira palavra.
A mão receia
Anseia.
O lobo feroz se solta na madrugada.
Rosna.
Canino à mostra.
Agarra decidida
Põe coleira de dentes.
O suspeito se confirma.
Aceita seca investida
Planta-flor-carnívora
Que pede mais e não sacia.

Fevereiro de 2008

3 comentários:

Guto Leite disse...

Belíssimos versos, poeta! Totalmente imagem. Grande abraço

Isaac Frederico disse...

hehehe olha a fera solta aì pelas ruas da lapa ...
concordo com o guto, o poema se fia fortemente num imaginario visual, que lhe batiza com o teor animalesco caracteristico.
"aceita seca investida" abre o focinho salivoso deste escrito.

Fabiano Silmes disse...

Um belo poema...imagens e imaginação.Versos certos na hora certa!!

Abraços!!!