13.9.06

O Grande Absurdo

Da sequência de seis livretos lançados pelo Isaac em fevereiro ou março de 2006, O Grande Absurdo é o primeiro, e inicia a obra com imagens - essa é a impressão que tenho - que desenham bem o conceito do livro. Não vou me estender sobre as impressões que tive durante a leitura do conjunto, e somente acho válido sugerir essas impressões com alguns poemas que pretendo lançar aqui.
O poema homônimo abaixo abre o primeiro livreto e acredito que possa ser um bom representante do conjunto da primeira parte, já que encerra em si o espírito da primeira parte: uma bola de espinhos descendo garganta abaixo.

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O Grande Absurdo

E eis que você nem lembra por quê
Trabalha e ganha dinheiro,
Pasteurizado,
Sem norte no formigueiro,
Ele próprio sem sentido de ser.
Porque dentro dos limites
Do Grande Absurdo
Há uma lógica própria,
Funcional, coerente,
Pra quem abdica de si,
Pra quem dentro dos limites
Fica
Não se consegue detectar
O ponto de desvio.

Isaac Frederico - 2006

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