Descobri os versos de Drika Duarte através da leitura de uma revista publicada pelos alunos do departamento de artes da UFRN. Além do papel como suporte para sua poesia, o palco também é morada para seus versos, através do Elegia e seus afluentes, grupo ceno-performático-poético-musical do qual Drika faz parte. O poema Deserto me laçou na primeira leitura, versos derramados numa queda de intensa musicalidade desaguando num deserto onde a consciência do passar do tempo se faz presente.
Deserto
Um espírito irrequieto
Tão tosco que ao cair no poço
Com olhos entreabertos
Encontra o pensamento admiravelmente belo.
Sorri, encantando as flores
Rasteja passos poucos
E pisa na delicadeza murcha
Com pés mortos de cansaço inventado.
Abram as cortinas
Que o fundo é mais lindo
Do que se imagina.
Enquanto consolam-se com meias palavras
Eu reescrevo a mesma velha página.
Busco alcançar a aura que escurece o sentimento.
A dor é não ser do tempo
E saber que ao passar morremos.
Eu deixo um pedaço meu
Cada vez que me derramo em verso,
Encontro o enleio certo:
O momento do fragmentado eu deserto.
Deserto
Um espírito irrequieto
Tão tosco que ao cair no poço
Com olhos entreabertos
Encontra o pensamento admiravelmente belo.
Sorri, encantando as flores
Rasteja passos poucos
E pisa na delicadeza murcha
Com pés mortos de cansaço inventado.
Abram as cortinas
Que o fundo é mais lindo
Do que se imagina.
Enquanto consolam-se com meias palavras
Eu reescrevo a mesma velha página.
Busco alcançar a aura que escurece o sentimento.
A dor é não ser do tempo
E saber que ao passar morremos.
Eu deixo um pedaço meu
Cada vez que me derramo em verso,
Encontro o enleio certo:
O momento do fragmentado eu deserto.
Um comentário:
Sou fã incondicional das poesias de Drika Duarte,o sentimento que ela consegue expressar através da poesia de maneira imensurável,e quando isso se une a música pelo trabalho do Elegia então,torna-se algo mais grandioso ainda! Sublime,sublime,sublime...!
Parabéns pelo blog,e pela divulgação da arte!
Paz e luz!
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