Terra
A terra é a mais formosa das mulheres
Que devém
Que acontece
Sem vírgulas
Impontual em seu chamado
Porque a ela vamos todos
Tão quente quanto fria
Onilingüe
Crepuscular e auroreal
Tudo ao mesmo tempo
Inexorável em seu chamado
Sobre ela vamos todos
A terra munge seus filhos
Nós mungimos ela
Navalhamos-na
Recebemos a benção do sólido
Do chão
Que mesmo o chão é bênção
Só aos tolos o chão é derrota
A terra permite
Mas quando exige
Quererá teus átomos
Teus ossículos
Partidos ou não
A terra é gestação
Com teus ossículos
Digeridos se renova
E sabemos bem o que é
A renovação
Fovente
Graciosa
Mãe
A mãe raiz
A grande raiz em comum
A grande raiz.
A terra –
O eterno
Regressar.
(Isaac Frederico, em 14 de setembro de 2006)
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