mais um soneto do "poesia pra toda obra", este um tanto sádico.
abraços a todos !
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O grito uníssono, a arena repleta
E o toureiro adentra, em tom triunfal –
O implacável verdugo do animal
Insano: o touro, que a festa completa.
Chifres imensos, anel no nariz:
Por um instante o toureiro tem medo;
"Matando o touro, confirma-se o enredo;
Morrendo eu... um final infeliz"
O touro arranca em fúria hiperbólica
E, como uma ironia diabólica,
Rasga ao meio o amedrontado toureiro.
E a platéia, ensandecida, se apraz:
No fim, a tragédia nos satisfaz
Quando o próximo sucumbe primeiro.
(Rio de Janeiro, aos 01 de junho de 2005)
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Um comentário:
O imprevisto também tem vez,os últimos versos são o arremate, o último balanço do pano vermelho
"No fim, a tragédia nos satisfaz
Quando o próximo sucumbe primeiro."
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