Oriundo da geração de poetas que povoou o 9º andar da UERJ a partir de 2002, caracterizada pela diversidade de abordagem e profusão de idéias, André Bentes traz em seu último lançamento - "Recortes do tempo" - o poema homônimo de abertura, dividido em 5 partes (sendo as 3 primeiras sonetos) que irei postar aqui nas páginas do Presença, nos próximos dias.
O poema traz intensa reflexão, ora sombria ora mundana, sobre os recôncavos da existência
- - -
I
Confesso que desperto um certo nojo
Ao ver que a hipocrisia aqui impera
No lodo em que se vive, onde se espera
Que venha a se viver tudo de novo.
E põem-se a negar que suas trevas
São parte do que são, e luminoso
É o instante que se faz, como num jogo
Como no encontro vão de duas pernas
Ainda estás aqui meu caro amigo
Revela-te me então ao pé do ouvido
E isso provará que há o mistério
Mas enquanto retornar a luz que brilha
Limita-te a inspirar, depois expira
E isso mostrará o que é o eterno.
(André Bentes, do livreto "Recortes do tempo")
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Caros amigos, achei bem forte o soneto, muito bem construído, imagético e profundo. Gosto menos da segunda estrofe, mesmo assim um poema a se ler muito. Arte a todos!
Postar um comentário