Viva o nosso tempo!
Solidão , aids , alienação.
Não restou nada. Sem deus, sem crenças políticas, sem utopias... Porra, antes ainda havia esperança. Agora só esse gosto amargo do tédio e do cansaço. Uma desvontade terrível.
Olha àquela mesa, tem alguma coisa dentro daquelas cabecinhas? Tão modernos, tão rebeldes... No café da manhã cereal e chocolate quente. Depois se fantasiam e vêm pra cá posar de artistas.
Imediatismo, é só o agora meu irmão. Salve-se quem puder .
Sexo pra salvar a noite e dar uma aliviada na manhã seguinte, mas dura pouco, depois é o vazio e a sensação tão comum de estar só. E a tarde vai caindo e procura no armário algo pra beber, a dor aumenta, aumenta e aumenta e depois explode num ‘SOCORRO!!!’
Corre pro telefone liga pra ex-namorada e diz “por favor não me abandona, eu só tenho você”
E seguimos cada qual nadando no poço de seu próprio umbigo.
A menina dos sonhos não veio. Não há espaço pra românticos neste mundo meu querido. Essa princesa que você espera foi comida pelos jacarés quando tentava fugir do castelo.
A vida é o que a gente faz dela.
Sai da torre e oferece a cara pro mundo bater.
André Luis Pontes, diário sem floreios 1997.
Solidão , aids , alienação.
Não restou nada. Sem deus, sem crenças políticas, sem utopias... Porra, antes ainda havia esperança. Agora só esse gosto amargo do tédio e do cansaço. Uma desvontade terrível.
Olha àquela mesa, tem alguma coisa dentro daquelas cabecinhas? Tão modernos, tão rebeldes... No café da manhã cereal e chocolate quente. Depois se fantasiam e vêm pra cá posar de artistas.
Imediatismo, é só o agora meu irmão. Salve-se quem puder .
Sexo pra salvar a noite e dar uma aliviada na manhã seguinte, mas dura pouco, depois é o vazio e a sensação tão comum de estar só. E a tarde vai caindo e procura no armário algo pra beber, a dor aumenta, aumenta e aumenta e depois explode num ‘SOCORRO!!!’
Corre pro telefone liga pra ex-namorada e diz “por favor não me abandona, eu só tenho você”
E seguimos cada qual nadando no poço de seu próprio umbigo.
A menina dos sonhos não veio. Não há espaço pra românticos neste mundo meu querido. Essa princesa que você espera foi comida pelos jacarés quando tentava fugir do castelo.
A vida é o que a gente faz dela.
Sai da torre e oferece a cara pro mundo bater.
André Luis Pontes, diário sem floreios 1997.
5 comentários:
mais uma ótima parte deste diário que já vem me intrigando pela maneira muito acessível e familiar a muitos de sua escrita; o conteúdo em si não deve suscitar grande novidade a quem vive no planeta terra e tem entre 0 e 90 anos, entretanto.
"Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir..."
trecho de "Socorro", do arnaldo antunes, lembrei logo q li aqi o "Pósmodernice".
axo q pós-modernidade e pedido d socorro são mesmo sinônimos. chegamos no limite. podemos manipular a vida, estar num lugar ou noutro em algumas poucas horas, desfrutar d diversas identidades, bastando pagar por elas, mas ainda ñ sabemos qem somos.
"Agora só esse gosto amargo do tédio e do cansaço. Uma desvontade terrível", aqui, eu lembrei deste:
"Sentado no meu quarto
O tempo vôa
Lá fora a vida passa
E eu aqui à tôa
Eu já tentei de tudo
Mas não tenho remédio
Prá livrar-me desse tédio..."
então, pós-modernidade, pedido de socorro e tédio podem ser sinônimos...
temos muita coisa na mão, mas ñ sabemos o q fzer nem com nossas fuças... talvez a velocidade atrapalhe o pensamento.
no fim das contas, eu sinto q tah todo mundo falando da mesma coisa... e isso me angustia tanto! sei lá, mto doido todo mundo sentir a mesma angústia e ñ saber como resolvê-la d alguma forma. se são tantas cabeças pensando a mesma coisa, o q falta pra gente construir algo q responda ao q nos está deixando à flor da pele?
axo q aqele funk lá, ó, "cada um no seu quadrado", néa? talvez seja por isso mesmo, "E seguimos cada qual nadando no poço de seu próprio umbigo". pq esse medo do outro? pq estamos tão acomodados no nosso prórpio espaço? pq estamos assim, como em "off", desligados totalmente do mundo q nos cerca... nunca agimos.. o máximo é o palavrório.
fico pensando no q vem....
sei lá. mta doidera!!! hahaahah
enfim, massa o texto, me fez pensar em mta coisa aqi.
bjocona,
téa!
"Uma desvontade terrível", exatamente! Morrer, viver, tanto faz: talvez seja um passo errado na direção certa... Belo texto!
É William, belo texto. Mesmo. Como o Isaac disse, sensações muito bem conhecidas pra quase qualquer um. Também acho. Ainda mais em se tratando de alguém ainda bastante jovem, fase em que tudo é mais exacerbado. Em todas as direções as expectativas devastando por fora e por dentro. Mas a questão é que cada um tem seu jeito particular de lidar com essas coisas (coisas?) e, pelo jeito, o frenético A. Luis resolveu comprar o barulho e encarar de frente, de maneira muito articulada e perspicaz.
Fico imaginando o que o rapaz anda fazendo hoje...
¹ tava por aqui na beira de gritar SOCORRO, e me deparei com esse texto.
pessoas se perdem no seu infinito perticular,e fingem que gostam, pelo medo do que vai vim além disso. não sabem voltar. mas têm certeza que igual a angustia dele só a dele, e que a angustia alheia não é sincera, ou não é exatamente a dele...
provas: vocês que estão lendo esse post agora vai pensar: ah mais uma otária!
se expressar talvez seja o fio da navalha!
º não sei se sinto oq vcs estão sentindo, mas quro achar a saida¬
.
e só
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