Estou fora.
Liga pra mim.
Penso em ti de Lisboa,
penso em ti de Saigon –
Que latinoamericano sou ?
De que raça sou ?
Não dá pra saber, comendo tacos em Tenochtitlán
ou vivendo o dharma em Vientiane,
Sendo o caos de um organismo,
a assembléia de uma mente,
Pensa em mim no Rio,
escreve um e-mail pra mim,
Me manda um beijo,
me manda um porto
Que chames erroneamente de teu
Porque pra lá da tua rua
És in-teu, és o cheiro
da maresia de Copacabana à noite,
Noturno andando,
Passando pelas putas,
desacontecendo no Rio
como em Montevidéu,
São só cervejas e pratos típicos,
Trens levando bois
pra trabalhar,
Deuses pedindo preces
para salvar,
Os chicletes que nunca sairão do asfalto,
Um quadro na parede,
Me manda um alô,
Me diz que ainda és
em Santa Teresa.
(Aos 20 de fevereiro de 2009)
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