19.10.09

Diário do México - 10

Teotihuacán


Detalhes aquitetônicos

Calzada de los Muertos vista do topo da Pirâmide da Lua


A impressionante Pirâmide do Sol



Pirâmide da Lua, ao final da Calzada de los Muertos, vista do topo da Pirâmide do Sol

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.....05 jan

.....Hoje acordamos bem cedo para ir conhecer as pirâmides de Teotihuacán, a cerca de 50km a norte da capital. Pegamos o metrô até a estação autobuses del norte e de lá pegamos um ônibus até a entrada do parque, aproximadamente 1h de viagem e r$ 6,00 cada pra entrar.

.....Logo ao avistar a magnânima Pirâmide do Sol, das planícies de Teotihuacán, já sentimos a vibração desta que foi uma das maiores cidades pré-hispânicas, com sua população tendo chegado a cerca de 200.000 habitantes em seu auge.
.....A Calzada de los Muertos, cortando a cidadela no eixo norte-sul, é circundada por enormes espaços planos e qItálicouadrados, por sua vez perimetrados por escadarias. A imponente Pirâmide da Lua, ao final da Calzada de los Muertos, é linda em sua meticulosidade, ainda que de menores dimensões que a Pirâmide do Sol.
.....Subimos ao topo desta e descansamos um pouco, estarrecidos pela energia do lugar e imersos nas reflexões sobre como deveria ser a vida ativa, sócio-econômica e religiosa desta cidadela; o trabalho e a energia gastos na erição das pirâmides, a acentuada religiosidade e oferendas e Quetzacoátl, os escambos... Ficamos felizes por estarmos compartilhando a energia juntos, mais esta viagem, mais estas reflexões antropológicas, mais esta ciência do quão pouco somos, mais este brainstorming da mente inserida em novas geografias, liberta das amarras das rotinas, sondando outras eras, uma espécie de portal no tempo e a oportunidade quase grotesca de olhar para nossos atuais e questionáveis caminhos e nos perguntarmos que tipo de inserção queremos ter.
.....O sol abrasador, a areia, os cáctus também me trouxeram uma espécie de torpor, a insolação me castigou, arrastei os passos, agradeci mil vezes a Avalokiteshvara pelo vagar vago e pela fata morgana confusa e ondulante saindo da areia quente e sufocante, levantando vôo e entrando nos pulmões, cegando os olhos, a experiência ao mesmo tempo triste e fascinante de facear aquelas estruturas e sentir um misto milenar de culpa, devaneio, humildade e entrega nas mãos do Devir; ao meio-dia estavam presentes Inti, Tláloc, Ganesha, Selasié e o mártir dos mártires Yeshua, fundindo as lembranças inolvidáveis de Mescal, Sidarta, o despertar de si mesmo, de uma simples postura ereta a um plano maior absoluto, a compreensão disso no eixo do tempo, e um simples roer de unhas à entrega de uma vida no fluxo incessante do vir-a-ser.
.....Confuso, com fome e feliz, vaguei de volta, ao lado da Lígia, para a entrada do parque onde pegamos, por volta das 15:30hs, o ônibus de volta para o centro.
.....Precisamos decidir os passos finais da viagem, os próximos dias, já que nossa reserva neste hotel termina amanhã; pintam como opções idas a Tula e Chitzén Itzá, mas ainda não estruturamos o lance direitinho.
.....Ainda passamos no Zócalo para ver alguns murais na Secretaria Pública de Educação mas estava fechada já que hoje é véspera do dia dos Três Reis Magos, importante data nacional. Voltamos a pé para o hotel empreendendo a longa jornada pela Benito Juarez e Paseo de la Reforma, ainda passei para usar a internet, cheguei no hotel como um supliciado, exausto e feliz, bobo, ausente. O Devir seja louvado.

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(Penúltima parte do diário a ser publicada em 23.10.2009)

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