3.10.09

Diário do México - 5

Vitral espetacular no Castillo de Chapultepec


Jardins do Castillo de Chapultepec (tradução de Chapultepec: "morro dos gafanhotos")


Tacos, frijoles e pimenta pacarai !


A festiva Plaza Hidalgo



Tocador de realejo na Plaza Hidalgo


.....A multicolorida plaza Hidalgo estava em ar festivo, com diversos enfeites pomposos, adornando o coreto e o prédio principal, largo porém não alto. Logo ao chegarmos topamos com um tocador de realejo ! Depois viemos a verificar que não são raros, por toda a capital; havia também diversos vendedores de comida e artesanatos, alguns restaurantes e um clima agradável, talvez pela proximidade do ano novo ou pela proximidade do dia de Los Tres Reyes Magos, aos 6 de janeiro, onde tradicionalmente as crianças recebem muitos presentes, tradição mais forte, inclusive, que os presenteios natalinos.

.....Comemos em um restaurante local onde havia uma dupla de mariachis tocando e cantando para os comensais; comemos tacos e frijoles, a culinária local é simplesmente vasta demais para ser reduzida à imagem estereotipada dos nachos, burritos e tacos, é picante e também largamente baseada no milho e no chili.

.....Já era tardinha quando caminhamos da plaza Hidalgo para a estação Coyoacán e regressamos a pé, da estação Insurgientes, para o hotel, combalidos pelo cansaço e pelo fuso horário.

.....Felicidade em estar de volta à estrada e agora num país intenso e encantador como o México... Reproduzem-se em mim os sonhos mais intensos, as novas geografias embalando os pensamentos durante as caminhadas pela capital. Sensação absurdamente redentora de inserção, humildade, respeito às demais culturas, tolerância e compreensão.



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31 dez

.....Acordamos pelas 0730hs dispostos a retomar a caminhada, desta vez em direção ao Centro Histórico; porém um contratempo inesperado e bizarro mudou todos os planos, quando, ao sairmos do hotel, a Lígia pisou em falso e torceu o pé esquerdo.

.....Ao ajudá-la cingindo-a pelo ombro, a fim de tirá-la da rua, não tivemos sucesso, ela estava sentindo muita dor e não conseguia nem pisar de leve, desconfiamos que havia quebrado o pé.
Peguei-a nos braços e coloquei-a sentada numa mureta próxima à calçada, quando senti uma fisgada fortíssima na coluna, acompanhada de uma dor aguda que eu nunca havia sentido antes. Doía intensamente, só de respirar, tivemos ambos uma dificuldade quase cômica para voltar ali do lado de fora do hotel para o nosso quarto.

.....A dor não cessava, o pé da Lígia estava doendo menos mas em mim a dor continuava beirando o insuportável; tomei um tylenol e assim que a dor deu uma aliviada pegamos um taxi para um hospital em Roma Sur. Fizemos exames e nos passaram alguns analgésicos; felizmente a Lígia não havia quebrado o pé e eu não havia sofrido nada na coluna, mas apenas na musculatura.
Do hospital fomos à farmácia comprar alguns anti-inflamatórios e uma bengala ergométrica para a Lígia andar melhor.

.....Depois dessa cena inacreditável, nos benzemos e partimos para o fantástico Museu Nacional de Antropologia, no bosque de Chapultepec. Comemos um sanduíche e passamos a tarde inteira no museu; o mesmo é dividido em setores que correspondem às regiões mexicanas habitadas pelas civilizações pré-hispânicas e faz um estudo antropológico detalhado de todas elas, suas manifestações culturais, interações com as demais civilizações ao longo do tempo, trajes e conhecimentos astrológicos e, mais excitante, todo o processo de contato com os espanhóis, as interações e o extermínio ocorrido.

.....Ficamos absolutamente surpresos com o nível elevadíssimo do museu, que é considerado um dos melhores do mundo em sua área, com interações áudio-visuais, instalações espaçosas e limpas, explanação clara e inteligente do assunto, bem como sua abrangência.

.....Cansados pelo decorrer do dia e suas aventuras e ambos sentindo um pouco de dor, regressamos à Zona Rosa, compramos alguns víveres e regressamos ao quarto do hotel.
Que virada de ano, ai minhas costas, feliz 2010...


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(Continua em 06.10.2009)

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