Dos gracejos que eu fazia. Dos bocejos que você me escondia. Das coisas lindas que você me dizia ao pé do ouvido. Dos mentolados, dos lascivos, dos destilados, dos requintados, dos sentimentos, dos sofrimentos. Era disso nossa vida.
Era tão grande a culpa do sentimento, que não se permitia viver aquela história. A gente pulava muro, corria dos compromissos, escondia as cicatrizes das dores, ria de lado, mas mantinha a idéia. Era doloroso. Mas era gostoso. Mas era doloroso.
Do texto que ele me escreveu, só lembro umas poucas letras. Eram suaves e ele tinha um jeito estranho de me mostrar as coisas. Mas eu gostava. Nunca consegui dizer isso, mas eu gostava.
Ele me mostrou um vinho. Eu lhe mostrei uma música. No final erámos vinho e música numa taça velha cheia de manchas de própolis. Sempre o improviso.
( Renata Dantas, título e data desconhecidos - talvez desnecessários... )
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2 comentários:
Absolutamente desnecessários.
Engraçado como as palavras têm o poder de perenizar algumas coisas. A coisa passa, mas as palavras ficam e a história, então, se torna autônoma, independente, quase que sem nenhuma ligação com o fato que a originou.
o "era doloroso. mas era gostoso. mas era doloroso" é genial.
sempre o improviso =)
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