1.1.08

Num dos vagões do trem negro

Ninguém sabe...
ele escondeu - como se soubesse.

Em pequenos segredos -
os que sobrevivem

Pontes inteiras de amônia
cruzando espartilhos siderais
as irmãs menores observam -
ele atravessa devagar
cavalgando o furor de plástico
O que ficar, pode ser pra sempre.
Mas nada dura.

Um sobre o outro -
pequenos segredos,
os que sobrevivem.

O que ficar pode ser pra sempre.
Mas ninguém sabe.
No fundo, ninguém sabe.

(13:09)


Milhares de ingênuas razões
lagos de um sangue estranho
Era você! - agora mesmo...
já não é mais

O travesseiro afunda tua cara
nas margens sombrias.

O que é o silêncio?

É quando você acha que tem alguém,
e você já não tem.

O gigantesco trem-carruagem-cavalo atravessa os pesadelos
Desemboca na luz completa do sol,
onde Deus dá suas cartas
Quem blefa?

Eu quis voltar mais cedo
aprendi o que era tarde.

O que pode ser pior
que esse beijo quente?

A nuca espessa sente a ferrugem toda
destroços na luz.
São migalhas.

(13:13)

3 comentários:

Anônimo disse...

a viagem rende sempre belas imagens...
belas palavras enfeitando o papel...

bjus

william disse...

Quando você acha que tem, já não tem mais, rs. Nos botecos da triste linda zona sul as palvras foram longe. O trem negro está em movimento e há de passar por paisagens ensolaradas. Nos trilhos, ou fora deles continuamos em frente.

william disse...

... Numa segunda feira faz cem anos.