As luzes do Vidigal
Chocam-se com a boca preta do mar.
O ácido foge sob a língua
O coração foge sob os panos
A mente procura por outros lábios
que abafam o frio de estar só.
Deixamos os rastros entre as palmas abertas do porvir.
Nos canteiros os espinhos abrem sorriso pro indefinido.
Surgem nuances absurdas
Ocre iluminado
Azul-marinho terroso
Magenta acinzentado.
O tempo assenta o disperso
E fica o que não conseguimos apagar.
O chão desloca-se
E deitamos sobre o passado
Distantes
Com os olhos úmidos do sereno.
Dezembro de 2007.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Salve galera do Presença. Mais uma vez, poesia de alto nível é o que encontro por aqui. Assumo uma preferência maior pela primeira estrofe, mas toda a poesia tem força, beleza, desamparo. Grande abraço a todos e muitos versos neste ano novo!
Lisergia, mudança e um certo desamparo foram materiais que deram vida a este poema. Grande abraço pra ti tambem poeta e um 2008 de muita vida vivida e poesia.
Lisergia? eu disse que tua poesia é substancia psicoativa...
Ah! Achei lindo lindo lindo
Postar um comentário