.............................................................................Aquarela, 2008.
27.11.09
14.11.09
Aprendo
Aprendo a ser melhor
que a cabra
que a ferramenta na caixa
que o dobre d´água.
Sendo pior que eles,
não sendo nada.
Aprendo a reconhecer o mau
nas aranhas que me esquecem
nas pessoas-porta-retratos que os suportam
os porta-retratos, sendo pessoas.
O mau que urge nas silenciosas caras
que aflige famílias, doenças graves
Aprendo sendo melhor que ele - o mau,
existindo como pessoa
despregada de paredes.
Aprendo a ser mais forte
que o sino
que o mar na manhã trêmula
que a faca sobre o dedo da velha
sobre o peso das costas
que a corda bamba de mendigos
muro de alcançar baixios.
Aprendo a ser mais
sendo menos,
tênue fio que se estanca.
Aprendo a resolver o meu medo
no escuro
mergulhado num mar de cinzas sonoras
tubarões e sacis me perseguem
agonizando entre terreiros de macumba
capas negras e vermelhas sob a fumaça dos caximbos
a orca, o vizinho queimado vivo, o desenterro do amigo
olhos mortos na pele que devora o riso.
Aprendo a ter coragem
não tendo, deixando que o monstro me alcance
tornando-me algum tipo de monstro.
Aprendo meu delírio
vivendo-o
no duro concreto da mais absurda realidade
meu mastro fundo, falo!
no ácido que me toma
estrelas-irmãs
telefonemas solitários
tudo pra um dia que não existe
Aprendo a delirar delirando
rasgando o que me parece ter algum resto de delírio.
que a cabra
que a ferramenta na caixa
que o dobre d´água.
Sendo pior que eles,
não sendo nada.
Aprendo a reconhecer o mau
nas aranhas que me esquecem
nas pessoas-porta-retratos que os suportam
os porta-retratos, sendo pessoas.
O mau que urge nas silenciosas caras
que aflige famílias, doenças graves
Aprendo sendo melhor que ele - o mau,
existindo como pessoa
despregada de paredes.
Aprendo a ser mais forte
que o sino
que o mar na manhã trêmula
que a faca sobre o dedo da velha
sobre o peso das costas
que a corda bamba de mendigos
muro de alcançar baixios.
Aprendo a ser mais
sendo menos,
tênue fio que se estanca.
Aprendo a resolver o meu medo
no escuro
mergulhado num mar de cinzas sonoras
tubarões e sacis me perseguem
agonizando entre terreiros de macumba
capas negras e vermelhas sob a fumaça dos caximbos
a orca, o vizinho queimado vivo, o desenterro do amigo
olhos mortos na pele que devora o riso.
Aprendo a ter coragem
não tendo, deixando que o monstro me alcance
tornando-me algum tipo de monstro.
Aprendo meu delírio
vivendo-o
no duro concreto da mais absurda realidade
meu mastro fundo, falo!
no ácido que me toma
estrelas-irmãs
telefonemas solitários
tudo pra um dia que não existe
Aprendo a delirar delirando
rasgando o que me parece ter algum resto de delírio.
O irreconhecível mente
Talvez não estivesse
exatamente vivo
exatamente desesperado - como pareceu
exatamente eu.
Talvez fosse apenas um outro.
Um desconhecido de mim, de você.
Desapegado desse instante, desentranhado.
Talvez nem tenha sido assim
vai saber?!
E discreto, talvez, nem tenham percebido.
E este eu, qual desconheço,
poderia estar mentindo,
fingindo-se passar por um outro de mim
que ainda não me chegou o momento exato de ser.
exatamente vivo
exatamente desesperado - como pareceu
exatamente eu.
Talvez fosse apenas um outro.
Um desconhecido de mim, de você.
Desapegado desse instante, desentranhado.
Talvez nem tenha sido assim
vai saber?!
E discreto, talvez, nem tenham percebido.
E este eu, qual desconheço,
poderia estar mentindo,
fingindo-se passar por um outro de mim
que ainda não me chegou o momento exato de ser.
11.11.09
Impontual
Estou aqui,
com meus dracmas,
suei, cheguei,
dúzias e destinos depois,
disse-te, viria,
dramático, dodecadividido,
Mas puma,
Pontual, todo presente.
Ilê, mas – cadê?
a sabendas não vens,
ou caminhas?
Impontualesces?
.....Fazes-me levêdo?
Estiveses e verias
Os caminhões atochados
de segundos, de sargaços,
de serviços e sonháculos
.....e outros levantiscos afins,
que nem eu sei mais o que são.
(Aos 6 de outubro de 2009)
com meus dracmas,
suei, cheguei,
dúzias e destinos depois,
disse-te, viria,
dramático, dodecadividido,
Mas puma,
Pontual, todo presente.
Ilê, mas – cadê?
a sabendas não vens,
ou caminhas?
Impontualesces?
.....Fazes-me levêdo?
Estiveses e verias
Os caminhões atochados
de segundos, de sargaços,
de serviços e sonháculos
.....e outros levantiscos afins,
que nem eu sei mais o que são.
(Aos 6 de outubro de 2009)
4.11.09
A rua tempo
Na Voluntários passo
como eles
voluntário
há quanto tempo não me ligo
três nove setenta
quatro três sete cinco
mais que marginal
imaginário
ser a terceira margem do rio
**
Ao quererem-se nos Inválidos
invalidam-se e somem
e os sonhos bons
quem dera os fosse
são segundos
os primeiros
neles e no tempo
se acanham
e perduram
e perduram
e perduram
**
Os muros da escola atentos ao cego que voa
Nuvem bailarina no mar de eutanásia dos tempos
**
A Passagem aberta
doce
de portais de amêndoa
em raios da hora nova
é nos novos arranhões
o sono solda
tempos breves
e outubro passa
como música
no ônibus
poemas fruto das ruas Voluntários da Pátria, Inválidos e Passagem do Rio de Janeiro
como eles
voluntário
há quanto tempo não me ligo
três nove setenta
quatro três sete cinco
mais que marginal
imaginário
ser a terceira margem do rio
**
Ao quererem-se nos Inválidos
invalidam-se e somem
e os sonhos bons
quem dera os fosse
são segundos
os primeiros
neles e no tempo
se acanham
e perduram
e perduram
e perduram
**
Os muros da escola atentos ao cego que voa
Nuvem bailarina no mar de eutanásia dos tempos
**
A Passagem aberta
doce
de portais de amêndoa
em raios da hora nova
é nos novos arranhões
o sono solda
tempos breves
e outubro passa
como música
no ônibus
poemas fruto das ruas Voluntários da Pátria, Inválidos e Passagem do Rio de Janeiro
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