26.12.04

O Abdul talvez seja um dos grandes nomes da poesia que ainda não lançou um livro, um daqueles característicos livrinhos xerocados que nos toma de assalto pela simplicidade e curiosidade que desperta.
Tenho diversos poemas avulsos do Abdul, e há certa ansiedade por não ter em mãos uma seleção do próprio poeta, um livro com os poemas que ele quis que estivessem ali, na seqüência que ele escolheu, sob o título que ele quis que representasse aquele vernáculo de energia viva.

Mas há sempre um lado bom, vejam só:

O lado bom

Veja o lado bom
Sempre há o lado bom
Escondida ou não sempre existe uma lição
A mágoa também é vida
E a vida também é bela
Uma cena nunca se repete exatamente da mesma forma,
e a diferença é o que possibilita a criação
Apenas um dia torna-se suficiente para viver
Apenas um sentido torna-se suficiente para dar prazer
Feche os olhos para ver e concentre-se no cheiro que está próximo
Pois o que não cheira bem é o condicionamento que domina você
Cheire o lado bom
Sempre há o lado bom
Toque, prove
Ouça e feche os olhos

Um comentário:

Isaac Frederico disse...

"A mágoa também é vida
E a vida também é bela"

sim, a mágoa também é vida, cara. muita precisão na exposição disto... que poema. "pare de reclamar seu merdinha, olha quanta coisa boa vida afora"