3.5.07

É o que se tem

posto mais uma pérola niilista do Fábio Alves, que tem surgido com surpresas impressionantes.

creio que o poema é carregado de uma reflexão comum a muitos.

* * *

Um quadro negro
E um caderno em branco
Por que estás sentado neste banco
Oh! Juvenil criatura?
Filho de uma mãe a mais


Por que não vive sua vida?
Por que não cura a ferida
Que o mundo se incumbiu
De te dar?


É que você já nasceu devendo
E só falam em dividir
Você quer multiplicar


Passa feroz o tempo sujo
E o que é que você tem?


Nada.

(Fábio Alves, 2007)

Um comentário:

Anônimo disse...

É fato; nada.

Muito bom. a roupagem do óbvio desconcertando pela secura de uma constatação incômoda. Grande!