9.10.08

Cessa o céu,
a chuva foge.
Resta o gosto úmido nas coisas.
Nenhuma estrela tem lugar no amarelo adrágio.
É um céu branco e raro.
Céu de chuva que termina contumaz,
gelada e leve;
lavrando o sopro extenso
que o mistral armou.

(tarde de outubro)

2 comentários:

william disse...

Primavera de flores úmidas e botas molhada aos pés da porta.

Victor Meira disse...

Me cria o interior em muretas de lanças até a altura da cintura. Tinta descascando; jardim sem capricho. Tudo prestes a gotejar a lembrança terrena do cortejo celeste. O mundo num inspirar-fundo; blau suave e singelo.

Na capital, chuva de outubro finda abafada, sem sopro, raramente gelada; leve jamais.

Mas é só outro tipo de beleza.