22.9.07

Poema de asas


O poema sente –
Uma urgência de anteontem,
Um desespero de fluir
Pois que é chegado seu tempo
De rebentar asas
E partir.

Asas ……………………………..….… asas

“Eu não aguento mais
Ser na jaula de um papel;
Inconseguir para sempre
Num parágrafo vil;
Nutro

Asas ………………………………….…………….. asas

Que arqueiam aos limites da folha”


Asas ….. asas
Asas asas ………. asas asas
ASAS ASAS ASAS ……………………….. ASAS ASAS ASAS


Ruflando,
O filho não-servil
Do absurdo das palavras
E da caneta que lhes pariu.





(Isaac Frederico, aos 14 de setembro de 2007)

2 comentários:

william galdino disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
william galdino disse...

De que valeria um poema que não voasse para além do papel, o filho não servil quer sempre ir mais longe. Este pássaro-poema ruflou as asas e voou alto. Forma e conteúdo que se equivalem, as pequenas asas crescendo, crescendo e se abrindo em vôo. Grande.

William