4.5.08

A brisa cisplatina

Segue um poema de 2005, que foi publicado no livreto "Poesia pra toda obra", lançado em outubro de 2005 em co-autoria com Vinícius Perenha.
Exemplares do livro encontram-se à disposição pelo Presença, a quem interessar possa.

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Sibilou triste, a brisa cisplatina,
Varrendo as planícies continentais;
Os demais fenômenos naturais
Estranharam-lhe o choro de menina.

"Que tem a brisa?", perguntou a aurora.
A chuva respondeu "tem querer trágico
Por furacões, um amor hemorrágico
Por sopros que carregam tudo embora",

Que varram tudo e lhe levem também
Pelos raros e rubros céus do além,
Suspiros de mocinha apaixonada.

E advêm suas lágrimas do tornado
E de seu status de recém-casado
Alhures, com outra qualquer soprada.


(Macaé, aos 01 de junho de 2005)

2 comentários:

william disse...

Em relação ao quem interessar possa, já faço aqui o meu pedido por um exemplar do poesia para toda obra.
Eis a brisa querendo se tornar vendaval, por um motivo compreensível.O soneto se apresenta muito bem elaborado numa cadência fluida e bem costurada.
As brisas têm vagado pelos ares do presença.

FlaM disse...

que coisa mais perfeita e linda isso Isaac!
Parabéns, lindíssimo!
bj, f