5.6.09

Recomendações

Em Siem Reap agradeci;
O chá quente e as nuvens disformes,
Os dentes apodrecidos de alguns,
Os tantos mortos de Pol Pot
Viraram fantasmas,
Plantados em cada família.
Em Ha Noi a dureza dos anos passados,
A imagem onipresente de Ho Chi Minh
Também fizeram fantasmas
Nos países ricos.

As torneiras abertas e secas,
Nem todos têm água,
Páscoas achocolatadas,
Reformas ortográficas
Nem lembranças felizes,
Como que nasceram, viveram e morreram,
Já tantas vezes.

Voltando pra casa
Veja seus amigos com filhos,
Volte na primavera,
Um marco positivo no ano,
Não veja o jornal,
Não chore o que passou;
Obrigado, estou vivo, um abraço caloroso,
Desligue a sessão da tarde
E seja a próxima primavera
Não comprando todos os desejos.


(Aos 13 de abril de 2009)

2 comentários:

Rachel Souza disse...

"Não chore o que passou". E "seja a próxima primavera" me disseram muito. Na verdade todo o poema,mas essas duas frases me dizem diretamente, no momento.
Beijo. isso tá lindo!

Vinicius disse...

Mermão, meio cruel a dureza do espírito, hein?

Mas sem a chance de um migué que seja. Brilhante!