8.7.09

"Acode o literário"

Gosto de dicionários
mas não vejo tão arbitrários
alguns que sem critério
como que se em doces deletérios
cuspissem os muros velhos
mistérios de simples explicação.

É que de ódio, comem sílabas,
ou coisas que a língua enrola, e
que o conhecer demais assola
pois importante mesmo É O QUE SE QUER DIZER;

tanto que se lê e se entende
e não se "surprneende"
quando enxerga-se o que não viu.

Ortográfico erro dos burro-cratas
que querem o acerto e não o triz
Tem mais, o cérebro é pacto feito nas tetas
e se assina sem trabalho, quase sempre o que nem quis.

Assim prefiro os sem-critério
pois dizem, mesmo que parcos, o que não lhes contentaram.

ainda mais nesses sítios clandestinos,
onde patrões comem-nos os fígados
e nos resta pra servir de armas o ensino púbico e o estadão,
arrendando a poucos súditos
o direito quase súplico de ingressarem ao escolão!

Faculdade - nada-sabe (hoje)
baixar-cabeça, seguir reto, o choque no muro é certo!
Mas dizem que para espertos
e lhe garantem um bom futuro.

Não passa de um barco sem rumo, nesse oceano escuro do que desenha a erudição
se não houver alguma guerra, melhor saber quem desterra
e mirar nele devoção.

Mais que procuro o incerto
já que na vida é só de tiro
liberdade não se faz fora,
mas por dentro e sem partido.

Então vamos camaradas arnarquistas, tomar o poder corrompido,
pra deixar sem governo o que nos toma
e nunca deveria ter sido.

Voltemos ao acorde:
- Acordo ortográfico e durmo otorrino - e "eu tô rino".

Quem contenta sentimento em palavras é padre, juiz, tabelião...
Somos réus, ratos - palatos no breu dessa alma, e ainda que nada nos fale o poema lido em vão
prefiro o vento na cara
pois é só o que exprimimos: a bílis e o esterco da razão.
Sentir é coisa mais séria!
Escrever como se pode ver,
é pura convenção!

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