A tarde esmorece o medo dos outros.
Os quartos são vagos e não mostram luz
antes a nos guiar ao verbo e à hora
da beleza dos erros dos outros.
As palavras fluem por não sê-las.
Vais sem Verlaine ou Caieiro
tens apenas essa tez feia e torta
como toda poesia além do signo.
Sabes, afinal, bem pouco de ti.
Tens esses remorsos nos bolsos
e algumas histerias no teu riso
a rasgar teu rosto bobo e frívolo
embora teus olhos tão infantis
ainda saibam conter tristezas
na perspicácia de não se cerrar
por resistirem em pele e sangue.
Laís Ferreira
Um comentário:
Adorei este poema , carregado de uma melancolia observadora e reflexiva ...
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