16.6.07

Rosa

Um barco me faz ausente de ti –
A engenharia sorri, exata,
Triunfa a lógica nímia,
Soberba, dos números infrenes,
Dos litros de óleo,
Dos donos solenes
Do absurdo empresarial.


Mas se faz prenhe de raiva
E rasga-se de dor:
Meu ímpeto sonhador
Vem tão puro
E invariavelmente –
Avassalador.
O idílio que te faço,
O deâmbulo que traço
Até toda ti, toda porque una,
A lira mais doce que já ouvi,
A rosa mais lira que já vi,
O ouço mais claro que senti.


A lembrança do teu toque
Beija meu eu-poeta,
Apaixona-me por apenas ser
E implode, sem nem querer,
O castelo pateta
Do barco de óleo e aço,
Neste poema que te faço…


(Isaac Frederico, em 16 de junho de 2007)

3 comentários:

Guto Leite disse...

Salve, poeta, como é boa sensação de estar sendo sussurrado pelas musas, não? Ainda mais se de carne e osso são compostas, e não só de vontade breve e eflúvia! Grande abraço e boa semana!

Anônimo disse...

Um castelo de aço e óleo é nada diante das lembranças da paixão presente.

beijos!

R. Elfe disse...

Fala Isaac,

cheguei chegando.
Grandes "ois" e "olás" para os companheiros do Presença.
Estamos agora, aqui... juntos e separados.

Ótimo poema!