25.6.08

O louco

O louco, enfurecido, correu
Todas as direções. O agudo grito
Megadecibélico do ultra-aflito
Todos planos cognitivos varreu.

O insano, irrefreável, destronou
Sua consciência do seu próprio império.
Tarefa hercúlea! E, sem maior mistério,
Irou-se, sorriu, chorou, acenou.

Não coube em si, de algo que não sabemos!
Ficou triste, corou, falou de Vênus…
Dividiu-se em múltiplas reflexões.

Abriu, por fim, os braços e, solene,
Pulverizou sua loucura perene.
Diluiu-se em todos nós, grãos milhões…


(Aos 15 de junho de 2003. Poema integrante do livreto "Viver e Devir", de 2004)

2 comentários:

Victor Meira disse...

Que lindo, Isaac.

Que verso sagaz:

"O agudo grito
Megadecibélico do ultra-aflito"

O fim, entre a impotência e a apoteose. A coisa toda. A poesia lida com os cavalos da sensibilidade e da razão.

Ótimo, gostei muito.

Heyk disse...

Eu boto fé, isaac. Igual nego de cartório.

"É verdadeiro e dou fé".

Menino, vô te contar. Tem uma explosão aí. E eu acredito nela. Tô nessa do dimanitamento natural já tem um tempo. TÕ gostando.

Um bom poema rapaz. SAlvo meu preconceito conceito com sonetos, adorei.

Fazia um tempo que não gostava de toda capa no presença assim, essa é uma edição privilegiada.