15.6.07

De boca aberta

caros poetas e amigos das letras,
vai aí um poema de Urhacy Faustino, um poeta que conheci através da wendy, e ela através do site de poesia erótica cseabra.utopia.com.br/poesia/
o site é muito bom e vale uma conferida de perto, definitivamente.
vida longa ao presença, poesia pra sempre...

* * *

Em nossas brigas não voam televisões,
nem há corporais agressões:
o verbo é a flecha que nos perfura
mesmo nos tempos e modos que a gente se censura.
Trocamos o costumeiro texto sacana
por verborrágica luta insana
e, se alguém se sente em desvantagem,
apela pra figuras de linguagem,
misturando metáforas, pleonasmos,
com licenças poéticas, no orgasmo
ao medirem forças dois titãs.
Até que já sem fala, de manhã,
mais sedentos que famintos, como taças
nos bebemos um ao outro, extasiados
de repente sem palavras, embrigados,
(eis que a língua se enrola, a gramática falha),
nos lambemos em nossa cama de batalha,
onde desejos e tesões explodem atômicos
em delírios guturais, gozando afônicos.


(Urhacy Faustino)

3 comentários:

william disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
william disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
william disse...

belo poema este que parece ter passado desapercebido aos olhos dos presentes.