7.1.08

Perda, flor e espinho

As luzes do Vidigal
Chocam-se com a boca preta do mar.
O ácido foge sob a língua
O coração foge sob os panos
A mente procura por outros lábios
que abafam o frio de estar só.

Deixamos os rastros entre as palmas abertas do porvir.

Nos canteiros os espinhos abrem sorriso pro indefinido.

Surgem nuances absurdas
Ocre iluminado
Azul-marinho terroso
Magenta acinzentado.

O tempo assenta o disperso
E fica o que não conseguimos apagar.

O chão desloca-se
E deitamos sobre o passado

Distantes

Com os olhos úmidos do sereno.

Dezembro de 2007.

4 comentários:

Guto Leite disse...

Salve galera do Presença. Mais uma vez, poesia de alto nível é o que encontro por aqui. Assumo uma preferência maior pela primeira estrofe, mas toda a poesia tem força, beleza, desamparo. Grande abraço a todos e muitos versos neste ano novo!

william disse...

Lisergia, mudança e um certo desamparo foram materiais que deram vida a este poema. Grande abraço pra ti tambem poeta e um 2008 de muita vida vivida e poesia.

FlaM disse...

Lisergia? eu disse que tua poesia é substancia psicoativa...

FlaM disse...

Ah! Achei lindo lindo lindo