28.6.08

Passeio

Caros, de volta indefinidamente, saudoso destas páginas, vejo que o Presença cresceu em várias direções e manteve seus bravos pontos na poesia, com acréscimo de boa prosa vez por outra, novas trocas, novas pessoas, novas imagens (grande William!) e pouquíssimas lacunas. Quase dois anos de estrada, Presença. Avante!


Passeio


Em meia hora de procura tua
Rasgada, febril de suores
Inquieta de tripas
Olhei por você.

Quase te acho em Drummond
Perco teu rastro
por pouco
Na toalha úmida
No silêncio liso
No inverno mais frio.
Por pouco.

E lembro-me de ti no jardim
Vestido leve em paz com o sol
Abraço fácil de acordo
De toque, arrepio
Penumbra.

Mas não era o caminho.
Não houve o encontro.
Meu destino não foi o passeio.

Meia hora passou
Como tantas outras passaram
Por nós
Meus membros duros
Tuas curvas seda
Nosso cimo de tarde.

Passou. E eu
Num dos lados da cama já não procuro
Mas em versos
Te dissipo.

aos 27 de junho de 2008.

10 comentários:

Isaac Frederico disse...

olha ele aí !
e no estilo clássico, com o rojão na mão. mas no caso o rojão da cura e do devir.
bem-vindo camarada - e fique, para o bem de tantos versos doentes.

Isaac Frederico disse...

ps. will, vinícius: bora marcar um recitalzinho ? não procrastinemos, a lua cheia vem chegando.

FlaM disse...

Que bonito isso, Vinícius. Poema radical na emoção. Fiquei quase com raiva de tanto que me doeu na alma (que hoje até que andava sussegada!
Acho que ainda não tínhamos conversado, né? Muito bonito esse seu poema. Gostei!
bj, Flávia

Ah, Isaac, eu iria adorar ver esse recitalzinho...

Isaac Frederico disse...

flávia, pq não bota uns poemas debaixo do braço e se junta a nós nesse recital?

quando marcarmos vou contactar o heyk (que é meu vizinho) e a tchurma; aí só faltaria o guto, que já disse que em breve aparece no rio pra se juntar à calçada e cerveja gelada.

versos neles !

Heyk disse...

Aqui.

Acertou nesse, maluco.

Acertou. Gostei, achei firme. Tõ de cibelle na trilha sonora, não sei se ajudou, gostei botei fé, não sei porque fiquei imaginando essas cenas ali pela rua rui barbosa, botafogo, sabe?

QUe doidera.

gostei.

william disse...

O rapaz não é bobo, deve ser tudo pemeditado, pra uma volta em grande estilo.
Cadência e imaginários sincopados.
O dissipar em versos pode ser uma das melhores saídas.

FlaM disse...

ô 'miguinho! se fosse assim... só botar uns poemas de baixo do braço e sair leve e solta caminhando contra o vento...
Ando descabelada, mas não é de vento...

Mas 'brigada pelo convite carinhoso!
bj, flavia

Mara faturi disse...

oi poeta,
saí de meu "silêncio liso" (lindo isso!) pra vir aqui e retribuir sua visita ao per-tempus.Obrigadíssima pelas suas impressões deixadas lá...
gostei muito daqui...voltarei!!
bjo

william galdino disse...

HAHA poeta,anda recebendo elogios até pelas visitas que não faz, rs.

Mara faturi disse...

he,he...o William tem razão eu agradeci pra vc e era pra ele, mas foi muito show, assim conheci dois poetas muito bons; virei sempre aqui,
bjo