25.1.09

Por trás daquele monte

..............................................................................................Pintura de Rafael Betti

De repente é aqui
onde a vida parece apequenar-se.
Sem rumo a desbravar.
Sem vislumbre de curva desconhecida.

Há uma outra paisagem
um desvio a beira do caminho.
Nele adentro e chego lá
onde as ervas crescem sobre o barro.
E a manhã é límpida e sem tropeços.
Amarelo-céu
................branco
azul.

Ao cair da noite
o mar de estrelas
pousa sobre nós seu brilho fugidio.

E bebemos o sereno de peito aberto.

Sem disfarces a nos cobrir as horas.
Sem passo rápido para uma nova–velha fuga.

Lá.
Na curva da noite
onde a trilha corta o mato
e só há lua guiando o passo.

Coruja girando a cabeça.
Gavião descansando na cerca.



Onde quando um dia pesa muito
o outro é recomeço.

Janeiro de 2009.

5 comentários:

Isaac Frederico disse...

trata-se da pasárgada particular do nosso amigo, o galdino.
versos sempre redentores, sedentos de sensações e presença de cores, esta se não me engano é a primeira poesia sua pós-fragmentos, e o caminho é deslumbrante, estrada de barro pra felicidade geral da nação. abraços irmão

Isaac Frederico disse...

e outra - essa pintura do rafael tá ótima, esse ocre tá uma parada hipnotizante...

Anônimo disse...

"Lá", onde os sonhos,as flores,as plantas,as ... nascem. Lá eu também fui feliz,só por um instante.

mari lou disse...

qdo li o poema, veio um cheirinho d terra molhada colorir as ventas.. ai ai, delícia d caminhar, valeu pelas borboletas! bjo!

Flávia Muniz Cirilo disse...

devem ser poemas irmãos das cercanias desse dentro da gente...


bj