30.8.06

Poluto

Bem-vindo a Poluto! O nosso planeta.
Nossos rostos fulvos, sem expressão,
Nossos corpos em decomposição
Nos explicam de maneira correta.

Almas de raposa, olhos de cão –
Predar é nossa grandiosa meta:
Consumo endêmico, tal anti-asceta,
É nossa mais orgulhosa missão.

Encetamos a hecatombe completa
Dos irmãos da nossa raça seleta –
Tudo que é vivo! Nenhuma exceção…

Avançamos, firmes, à solidão,
Satélite inata do grave Não,
Nosso mais disseminado profeta.

(Isaac Frederico, 30 de agosto de 2006)

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