11.10.06

Feito de Calma

Por um mundo mais preguiçoso e elaborado.
Tempo para as diferenças, boas pessoas e outras esquisitices.
Entropia!

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Feito de calma

Pede por um cometa que chame a atenção
Desvie o foco dos olhares
E deixe espaço para a serena solidão
A companhia da tarde
A membrana do silêncio
O vir a ser da luz se esvaindo
A lua – suspensa – lívida, insana.

Os sentidos exigem paz
Mas onde?
Tão dramática essa nova aurora
Veloz
Ponteiros, livros, conselhos...
Todos sabendo tanto, falando tanto
Eu simples demais

Alguém pensou o volume do sol
Mediu a distância
Pensou todas as variantes...
E o cometa não passa.

Será que cercar e demolir de vez as torres
Atropelar o papa
Incendiar a indústria...
Não, não.
Não!

Sem mais chutes no fígado, já cansado.
Uma flor, pode ser que de novo, fure o asfalto.

Honestamente
Não conheço outra maneira de ser que esta
Coisa confusa
E sem pressa.

Vinicius Perenha 10 de outubro de 2006.

2 comentários:

Isaac Frederico disse...

puta poema, low-life.
dos últimos é um dos melhores, pra mim, inclusive por trazer diversos elementos.
e o recital ?

Anônimo disse...

[E Vinicius, tem horas que [e preciso meter o p[e no freio e respirar, e as mäos tambem precisam descansar dos murros dados. Tö chegando de S[ao Luis, com a mente e alma fervilhando de encontros, e nesse tempinho que fiquei fora, vi que muita coisa boa surgiu no blog, uma avalanche de belos textos. A insercäo das ilustracöes embelezou ainda mais a pa[gina. Um abra;o e at[e